domingo, 17 de outubro de 2010

Corpo e Espírito.



A vida terrena é um lago que reflete a árvore da vida espiritual. Pedras serão jogadas nesse lago, mas a essência, ou seja, a árvore continuará sendo refletida a medida que a tempo passar e o espírito se purificar.

sábado, 9 de outubro de 2010

Irritante.

Confesso, meus caros, que ando um tanto quanto displicente com esse blog.
Peço que me perdoem.

Mas... prossigamos.

Esses dias eu vi um filme ai sobre o holocausto, dentre tantos filmes sobre esse assunto, e - parece batido pensar isso - mas é horrível imaginar milhares de judeus sendo carregados em trens por viagens, as vezes de vários dias, para campos de concentrações onde perdiam as roupas, os cabelos e a vida, quando os carinhas da SS sentavam o cianídrico nas câmaras. É triste saber que pouca gente se dava conta dessa situação, como são tristes as situações que passam e não nos damos conta da gravidade. Nós, no caso, a grande massa de pessoas. Nós, a força. Nós, o povo.

Isso tudo é tão triste quanto os bois que saem do complexo Maranhão-Tocantins-Piauí , de trem inclusive, para o complexo São Paulo-Minas Gerais onde engordam e são "abatidos", isto é, os donos de gado sentam o machado nos bichos para atender a demanda brasileira e ir para a barriga desses sudestanos. E temos o orgulho, ou melhor, inchamos o peito pra dizer que somos o maior produtor e exportador de carne do mundo.

Claro. A comparação pode, para alguns observadores perspicazes, parecer muito grosseira, mas existem algumas diferenças notáveis: os judeus eram a raça inferior que ficava entre o ser humano e o macaco como dizem uns nazistas por ai e por isso eram exterminados, enquanto que os bois são mortos depois de uma rigorosa seleção zootécnica antidarwinista na qual os melhores são exterminados. E se eu falo isso para qualquer carnívoro sou imediatamente taxada de tolinha, jovens revoltadinha, que no fundo adora um bifão, fora os comentários de anêmica pscicótica, como se a ausência de carne fosse responsável até mesmo pelos meus problemas pessoais.

Crentes, homossexuais e carnívoros têm em comum a mania de explicar sua felicidade pela sua condição e o irritante hábito de cobiçar prosélitos, como se o mundo fosse bom para todos se fosse do jeito que teoricamente é para eles.

Mas tudo bem.

Eu prefiro o mundo do jeito que ele é, com divergências, injustiças, tolices, pois são elas que nos obrigam a tomar uma posição e lutar pela paz, justiça e bom senso pois afinal, qual seria a graça de um mundo com tudo igual e certo sem nenhum problema para resolver, se a graça está na diferença na incerteza? Qual a graça de uma vida sem aventura, com certezas e apenas belezas? Qual a beleza do belo sem a presença da feiura? Como saber que ser feliz é intensamente bom sem passar pelos momentos de tristeza?

Eu me amo, mas amo muito mais aquilo que é diferente de mim, pois desperta minha curiosidade. Não se trata de me desvalorizar, pois amar mais não anula os amores anteriores, simplesmente implica multiplicação de amor, não divisão.

Eu amo os animais e tenho nojo de cadáver. Adoro carnívoros, crentes, tolos e muito mais homossexuais, mas - cá entre nós - eu repudio as pessoas que acham tudo ótimo e se conformam com as coisas do jeito que elas são, considerando que se dão conta da realidade. Mais do que meu nojo, elas merecem a minha piedade, e a piedade de todos nós que queremos um mundo melhor.